“Que os nossos esforços desafiem as impossibilidades. Lembrai-vos que as grandes proezas da história foram conquistadas do que parecia impossível.” Charles Chaplin

SOCIEDADE HUMANITARISTA NO BRASIL – SHB

(Uma breve apresentação)
A Fraternidade Humana: o Objetivo Único

A SHB tem como único objetivo a promoção e a aplicação prática dos princípios fundamentais do Humanitarismo que são:

1)      Todos os indivíduos constituem uma FRATERNIDADE;
2)      Todos os indivíduos possuem IGUAL VALOR;
3)      Os indivíduos possuem CAPACIDADES DIFERENCIADAS;
4)      Todos os indivíduos têm direito a IGUAIS OPORTUNIDADES.
         

O princípio da Fraternidade da Humanidade engloba, na verdade, os outros três princípios acima apresentados. Estes princípios adicionais são importantes porque especificam os aspectos fundamentais do grande princípio humanitário da Fraternidade. Portanto, na realidade, o objetivo único da SHB é a aplicação prática do princípio da Fraternidade Humana, contanto que esse seja entendido apropriadamente.

A Importância do Princípio da Fraternidade

Embora seja algo difícil de ser percebido pela maioria das pessoas, por se tratar de uma questão muito abrangente, a causa da existência de tanta miséria, sofrimentos e crises no mundo reside na falsidade das idéias dominantes em nossa época, bem como nas propostas de organização sócio-política delas derivadas. Essas propostas são incompetentes e incapazes de gerar uma ordem mundial harmônica e com um mínimo de bem-estar para todos, única condição compatível com a dignidade humana.

O próprio fato de que os problemas da humanidade permaneçam por longo tempo sem uma solução efetiva e, mais do que isto, estejam se agravando em muitas áreas, já indica claramente que os principais diagnósticos e propostas de superação desses problemas são falsos.

Dessa forma, as correntes de pensamento dominantes no mundo de hoje se constituem, elas mesmas, nas principais causas do agravamento dos problemas que pretendem solucionar.

        Os efeitos perversos dessas idéias dominantes tornam-se desastrosos na medida em que essas são organizadas de forma abarcante e penetrante, dando origem a sistemas políticos e econômicos, com seus poderosos aparatos de repressão e de informações, seus partidos políticos, sistemas educacionais, redes de comunicação de massa e outras inúmeras organizações de todo o tipo.

Na atualidade existem duas propostas principais que dominam, cada uma delas, praticamente a metade do mundo. Tratam-se das correntes conhecidas como Liberalismo (“democracias capitalistas”) e Marxismo (“socialismos comunistas”). De uma forma geral, mesmo aqueles que se dizem religiosos, os artistas e os cientistas de nossos dias se curvam diante delas, quando não as apóiam abertamente.
No curto espaço de um texto de apresentação não é possível aprofundar mais essa questão. Esse aprofundamento requer reuniões, palestras, cursos e literatura apropriada. Contudo, basta observarmos a miséria de nossa política atual, onde o povo é enganado uma e outra vez e onde a corrupção é quase a regra geral, para compreendermos que algo de muito errado existe num sistema político como o do nosso país nesse momento (1986).
Nesse sistema existe grande dose de liberdade, mas como as eleições de grandes massas exigem que os candidatos empreguem enorme quantidade de recursos, e como a distribuição da riqueza é tão desigual, praticamente só se elegem para as grandes assembléias, ou para os postos executivos de maior responsabilidade, os ricos (ou seus representantes), os que aparecem nos meios de comunicação de massa (quase sempre subservientes aos ditames dos grandes interesses), ou, ainda, os demagogos, isto é, aqueles que consciente ou inconscientemente iludem o povo com falsas expectativas ou promessas.

O Humanitarismo como Alternativa

O Humanitarismo se constitui em um novo diagnóstico ou perspectiva teórica (embora seus princípios não sejam novos) e também em uma resposta prática, isto é, um movimento político-social, que se oferece como uma alternativa às correntes de pensamento dominantes e às organizações delas derivadas.
Os princípios nos quais está fundamentado são amplos e universais e podem ser aceitos por qualquer indivíduo de boa vontade, quer seja ele um agnóstico, quer seja profundamente religioso. Podem parecer excessivamente simples, mas quando examinados com seriedade adquirem uma importância extraordinária e, considerados em conjunto, se distanciam nitidamente tanto do Liberalismo, quanto do Marxismo, para não falar de propostas ainda piores como o Nazismo, o Fascismo ou os fundamentalismos religiosos (como o do Irã, por exemplo).

A Proposta do Humanitarismo

Em termos gerais, a proposta do Humanitarismo para a superação dos graves problemas que afligem a humanidade é a aplicação prática e teórica de seus quatro grandes princípios.

Deles se deriva, por exemplo, uma proposta de sistema político muito diferente dos hoje existentes, o qual garante, ao mesmo tempo, liberdade e oportunidades iguais para todos, condição que não é, nem de longe, alcançada pelas democracias liberais ou pelos socialismos marxistas.

Esse sistema inicia elegendo um colégio de representantes em um pequeno distrito eleitoral, como um bairro ou pequena cidade do interior. Observe-se, por analogia, a funcionalidade e o surgimento espontâneo das associações comunitárias e de bairro em todo o país.
Observe-se, também, que num pequeno distrito desse porte se estabelece muito maior igualdade de oportunidades na disputa política, sem falar do fato de que nesse nível a população está consciente de seus problemas, os quais lhes são próximos, e que isto não acontece em eleições de maior abrangência. Cabe lembrar que 80 % (oitenta por cento, é isso mesmo!) da população brasileira votou em constituintes (em 1986) sem saber o que era uma Assembléia Constituinte. Não é de espantar, portanto, que tenha sido uma presa tão fácil da grande farsa do Plano Cruzado.
A partir desse nível são os próprios representantes, que foram escolhidos pelas comunidades, que elegem, entre si, um colégio micro-regional de dimensões parecidas com um condado (nos EUA) ou um departamento (na França). Note-se que essa é, sabidamente, uma dimensão espacial já consagrada pela prática nacional e internacional de planejamento sócio-econômico.
Esses representantes micro-regionais, por sua vez, elegem assembléias estaduais, e esses últimos, finalmente, um congresso nacional.
O fato marcante é que a liberdade nunca é tolhida, bem ao contrário, e que está garantida, como foi dito, a igualdade de oportunidades na disputa política, uma vez que as pessoas sempre podem, sem maiores dificuldades ou recursos, conhecerem-se pessoalmente. Na verdade, a liberdade sem a igualdade de oportunidades tem pouco valor; torna-se “a liberdade da raposa dentro do galinheiro”, como bem o exemplifica a situação brasileira.
Esse sistema garante, também, uma perfeita adequação entre a qualificação ou competência do eleitorado e os diferentes níveis de questões em julgamento, o que definitivamente não acontece em um sistema político como o nosso, como vimos no caso recente da Constituinte.
Compare um sistema desse tipo com o que hoje temos em nosso país, ou com a falta de liberdade que caracteriza os países ditos comunistas. Examine bem as conseqüências que ele traria, e analise novamente os princípios do Humanitarismo. Não é muito difícil perceber que sem eles não será possível a construção de uma ordem internacional que garanta uma condição de digno bem-estar para todos os seres humanos.

O Que É a Sociedade Humanitarista no Brasil (SHB)?

Na forma como está proposto, o Humanitarismo é um movimento social e político novo, tanto no Brasil quanto no resto do mundo e a SHB é o início concreto do Movimento Humanitarista. Foi fundada em 20 de julho de 1986, na cidade de Porto Alegre, como uma sociedade civil sem fins lucrativos e tem o seu Estatuto registrado no Cartório de Registros Especiais dessa mesma capital.
Suas linhas básicas de atuação centram-se em três eixos principais. O primeiro é o da Cultura, entendida no sentido amplo do desenvolvimento das capacidades humanas, tanto em termos técnicos, quanto, e principalmente, em termos da transmissão de valores éticos derivados dos princípios humanitaristas. Isso pode ser feito através, por exemplo, de reuniões, cursos, palestras, livros etc., os quais devem ser adaptados aos diferentes níveis de capacitação pessoal, sem comprometer a verdade, da mesma forma que o aprendizado das quatro operações fundamentais não compromete a verdade da álgebra ou do cálculo superior.
O segundo é o da Política em sentido restrito. Aqui objetiva-se auxiliar na formação, logo que isso for possível, de um partido político humanitarista.
O terceiro eixo principal de atuação da SHB é o Auxílio Mútuo. Concretamente, objetiva-se a criação de empresas, todas pertencentes à SHB, que possam gerar oportunidades de ocupação digna para muitos e onde se estabeleçam relações de trabalho humanas, pautadas nos princípios do e nos deveres da ética humanitarista.
Esses empreendimentos, tais como escolas, restaurantes, editora etc., devem centrar-se, sobretudo, no atendimento das necessidades humanas essenciais, a exemplo da alimentação, da moradia, do vestuário, da educação, da saúde e dos transportes. A prioridade para esses tipos de atividades obedece ao princípio ético de que o acessório converte-se em algo ilícito quando o essencial não está atendido.

Os Símbolos da SHB

O lema da SHB é Unidade na Diversidade, que é uma síntese dos quatro princípios fundamentais do Humanitarismo.
Seu emblema é a figura de um ser humano com os braços abertos inscrita em um círculo, tendo abaixo do círculo o lema da SHB. O homem de braços abertos é um símbolo muito antigo da benevolência e do altruísmo. Quando colorido, o emblema se compõe das cores branco, simbolizando a Unidade, e das cores primárias do espectro-luz, que são o azul, o verde e o vermelho. Essas últimas simbolizam a Diversidade e, de fato, suas combinações dão origem a todas as demais cores e, quando se fundem, dão como resultado o branco.

Endereços e Reuniões

No local, dia e horário abaixo assinalados são realizadas reuniões públicas e gratuitas, tratando-se de oportunidade para um contato pessoal com membros da SHB ou para obtenção de informações mais detalhadas sobre a SHB e sobre o Humanitarismo em geral.

[local, data e hora das reuniões, caixa postal, fones etc.]

[Segundo Folheto: – folheto menor, para campanha à Constituinte:]

Porto Alegre, 24/09/1986.

Caro Leitor,

Em suas mãos o início de um novo movimento político: o HUMANITARISMO. Na forma proposta, é inédito e nasceu no Rio Grande do Sul. Os princípios fundamentais do Humanitarismo são apenas quatro:

1)      Todos os indivíduos constituem uma FRATERNIDADE.
2)      Todos os indivíduos possuem IGUAL VALOR.
3)      Os indivíduos possuem CAPACIDADES DIFERENCIADAS.
4)      Todos os indivíduos têm direito a IGUAIS OPORTUNIDADES.

A simples aplicação lógica desses princípios nos permite perceber uma CRISE DE IDÉIAS MESTRAS na época que vivemos, de onde se derivam sistemas políticos injustos e incompetentes. Ficando na realidade brasileira, vemos um sistema de escolha de dirigentes onde a grande maioria eleita está composta de três categorias: os ricos (porque as campanhas são muito caras); os comunicadores de massa (comentaristas, apresentadores, artistas, atletas etc.); e por fim os demagogos. Isso SEMPRE ACONTECE NESSE SISTEMA porque a maioria do povo é inocente e incapaz de bem avaliar as grandes questões políticas. Basta refletir que nesse momento da Constituinte mais de 70% (setenta por cento) dos eleitores de nosso Estado não sabem o que é uma Constituinte. Imagine-se no Nordeste. Por essa razão o Humanitarismo propõe um novo sistema de escolha dos dirigentes, o qual se encontra descrito no outro folheto sobre o Humanitarismo. Esse sistema é o único que garante liberdade com oportunidades iguais. É adaptado às diferentes capacidades, pois propõe que os primeiros representantes sejam eleitos nos bairros onde todos sabem se há esgotos, se a água ou o transporte chegam até a vila, e assim por diante. Por fim, é um sistema que garante condições para que medidas efetivas sejam possam ser implantadas, pois tão somente a sociedade bem organizada pode gerar a força política capaz de garantir um mínimo de bem estar para todos. Enquanto o exemplo não vier de cima isso não será possível, como ocorre ano após ano, década após década.
Resolvi ser candidato a deputado federal para dar início ao Movimento Humanitarista e sou muito grato ao PL (Partido Liberal) por essa oportunidade e por permitir que apresente o Humanitarismo com inteira liberdade. Minha eleição tornaria viável o início desse Movimento com uma abrangência nacional, inclusive com a criação do Partido Humanitarista no Brasil (PHB). Contudo, mesmo não sendo eleito continuarei tranqüilamente nesse caminho.
Disponho de recursos financeiros limitados e, dessa forma, a única chance que tenho de ser eleito é contando com a colaboração voluntária de muitas pessoas, cada um fazendo um pequeno esforço, dentro de suas capacidades.
Em termos concretos peço que cada simpatizante faça, pelo menos, 10 (dez) fotocópias dessa carta, do folheto, e da parte com os dados do candidato, enviando para parentes e conhecidos, pedindo que eles, por sua vez, também continuem com essa corrente. Nela reside a única chance.
Muitos receberão essa carta sem o folheto maior sobre o Humanitarismo e meus compromissos como constituinte e deputado federal, por falta de recursos, porém todos os que se interessarem podem escrever que o receberão com certeza.
Espero que alguns se disponham a fazer um esforço maior de divulgação. Esses podem pedir mais material, por carta ou telefone.
Que cada um pergunte a si mesmo, em silêncio, se tem contribuído para a solução, ou para aumentar a dor e a miséria do mundo: se é parte do problema, ou parte da solução. E que todos lembrem que:

Pequenos esforços engenhosamente combinados
Tornam-se extraordinariamente poderosos.
Elefantes furiosos são amarrados
Por um cordão de fibras gramíneas entrelaçadas
.”

A todos, mesmo aos que discordarem das idéias do Humanitarismo, ou que fizerem um julgamento desfavorável desse autor, meus mais sinceros votos de felicidade duradoura e meu integral respeito. Fraternalmente,

ARNALDO SISSON FILHO